1. não sei de lógicas .sei de andarilhos ,de fadigas ,de metáforas e desenho .gráficos e fotografias 2. é hora de ,des.ajustada e à sombra dum constante desassossego ,dele fazer a minha acendalha
1. o engano é consequência do erro e este é um arrumar
de consciências consumidas por certos anticorpos ,onde prevalece o crescer ,o saber e uma certa coragem 2. como delito de in.compatibilidade ,sou ,corrosivamente ,pró erro
1. furtiva a sinfonia n. 6 em re maior de Antonín Dvořák intromete-se e a tinta da china apesar de um pré-texto
induz à intro.versão do amor 2. manifesta-se a cupidez do erro face ao Tempo ,há quem o aceite como desculpa
1. suspendo as palavras num jogo alógico de narrativas e escrevo ,escrevo ,escrevo na margem do erro 2. nas páginas ,onde ,outrora ,floriram cardos ,definham escritos e discursos .importunos e contra.ditos
1. deposito as memórias sobre o travesseiro e ,ao levantar-me ,cuido de rasgar os véus 2. esquissos são despedidas que
não se acordam .são sombras resistentes
1. os meus dedos marinham em demanda dos teus numa aguada sem sentido 2. provoco rictus em rostos fugidios quando o acordar me traz memórias grávidas de pertinentes rituais
1. presa de um outro olhar e de um novo pensamento ,ouso provocar o Tempo em viagens geradoras de realidades discutíveis 2. obitáculos de emoções e/ou provocações não entendíveis obrigo-me ,tão só ,a movimentos persecutórios
1. entre a luz e o silêncio prefere-se o remanso paralisante 2. todos os que se empenham em viajar pelo pensamento cansam-se quando o movimento avança ,recua e percorre ,milhares de vezes ,os mesmos atalhos
1. revisto a ternura de barro e esculpo corpos pontilhados a preto e branco .guardo o molde para futuras rasuras 2. entre a poeira e o rasgão .na sorte
1. quando o silêncio mais não é do que uma pausa entre o instinto e a velocidade do som ,descalço-me a fim de ser só ausência 2. que dizer de mim se a vida não passa de pura
invenção?
1. mais original ,foste ,no advento desta explosão de cor ,um deslize ocasional 2. nada mais do que um pouco de saudade para cobrir de renda o corpo expectável do amado
1. há uma espécie de
entendimento entre o terno e o eterno .ambos são simples eremitas no tempo 2. herdei do mistério do búzio ,a nostalgia do mar .tornei-me em doce sussurro ao compasso da música
1. frente ao simbolismo dos gestos ofereço filamentos de luzes às palavras desistentes .escondo-as 2. há momentos em que a palavra ,como serva do silêncio ,se refaz em desassossegos
1. é no índigo que cubro a névoa .rasgos de uma saudade vestida de negro 2. foram breves as fendas pendulares do tempo .foram notas soltas em linhas de passagem .fomos nós
1. depois ,antes da rotação dos esbirros ,escrevo trovas com a mão estendida ao bardo 2. descubro a nudez do mutismo no labirinto da palavra não dita .o resto é passagem
1. venero o tempo das nostalgias narrativas como hinos venerantes de outros baptismos 2. curvo o infinito da sombra sob o frisado da terra e dela ,em desgaste deserto ,inscrevo a fórmula prima
1. sou na embriaguez dum mundo menos redondo ,o ponto de encontro entre a vaga e a maré .cicatriz rasgada 2. trouxe na palma da mão a rendição do teu olhar .plasmei-o como sátira na in.confidência das marés mortas.
1. sinto sob os pés lençóis de pranto e mergulho a dialéctica na acústica das mãos dormentes 2. somos um silêncio de sons espargidos em resistências .colhemos rosas
1. será no fascínio de um escalar em choque ,que se disciplina ,em viagem vã ,o universo dos equívocos 2. seremos vagamundos do amanhã ,ou tão só um pouco de sombras projectadas na tela do ocaso .esquivo passo onde me confesso
1. se tiver de partir fá-lo-ei na vacatura de uma
narrativa em branco .assim a vida 2. ser corpo ou gesto
múltiplos no volteio breve das borboletas .assim meu verso
1. se limpo as estrelas ao som da sonata de Waldstein um manto de nuvens vai-se tornando mais ominoso 2. se no momento seguinte ,me vestir de acasos ,penitenciar-me-ei como um discípulo mudo da pausa .vaticino in.transigências
nas fibras do canto
1. ressalvo de uma urgência é o instante de amaciar o desnublar da in.constância .talvez em re.verso 2. se hoje ,do in.sossego nasce a inconstância ,o medo e o vazio ,amanhã do verbo regurgitará a luz
1. quero-me ,apenas ,no jogo do nada ,quando o tudo se des.diz e con.tradiz no rigor da verve 2. re.colho as chamas que o teu olhar de.mora para ,com elas ,talhar o nome que o vazio me pendurou ao pescoço
1. peregrina a saudade multiplica-se nos corpos breves .tem como muralha o tempo 2. quando a linha do esquecimento se despe da evocação da lágrima .restos de solidões maduras
1. nada tem a ver com o re.começo onde ,liberta ,me fundeio. 2. não tenho amanhã no vazio do hoje .busco-me e o desespero amanhece-me no calor do não i.dentificável .agora não sou eu
1. de eufemismo em eufemismo deflicto fantasias e sonatas antes de me concentrar no crocitar devastado das aves .dessedento-me 2. deixo o meu lugar marcado no rascunho dos epitáfios
1. como o mistério do nascer primeiro ,a harmonia da
borboleta paira sobre o excesso do verbo .assim o voo 2. de azul cobrirei a sombra do meu silêncio .não ouso
1. somos o tempo em que o silêncio se veste de
memórias in.questionáveis .somos o vento 2. vem com a brevidade do acróstico ,trazer um pouco de azul ao sol do meu bordão
1. se me perder na encruzilhada ,procurarei ,como rumo ,o canto da tua nómada voz 2. se me tiver depois ,não hesitarei em alvitrar o
esquecimento na página do meu obituário
anDanças Danças & contraDanças ;des.arrumações seriadas ;em queda livre ;nas esquivanças do Verbo
13. TETRALOGIA DO SER-EM TRANSGRESSÃO
a cama in.certa do coito ;as nuvens brilham de um sol de fim ;depois das palavras chegam as cerejas ;volúveis são as crinas do Tempo
PROSA POÉTICA - livros a publicar
1. A POESIA VESTE A NUDEZ DA PROSA
na nudez da palavra em foz de rio
2. DA PROSA EMERGENTE À POESIA CONVERGENTE
o derruir dos arcanos ;os dedos talham a nervura dos lugares ;recessos envenenados
3. O TEMPO ENQUANTO ESCULTOR
as deambulações férvidas das sinopses ;o Tempo das ardências adormecidas
DISMORFOSIAS - experiências digitais
I. POESIAS EXPERIMEMTO-VISUAIS
metalinguagem dos ritmos ;estruturalismos poético-concretos ;formas quânticas ;linguagens imersíveis ;lugares de lunagem
II. COMEÇAR DE NOVO
com.passos de bilro-manias .1;com.passos de bilro-manias .2 ;avulsos alvitrados a ferro e fogo ;uma memória túmida de silêncios ;monólogos (Con)sentidos a va'RIOS ;entre desva'RIOS equações e símbolos